EQUINÓCIO DE OUTONO
É o fenômeno natural que marca o final do verão e a chegada do outono. É o instante preciso em que o Sol cruza a linha invisível do equador, que acontece em março no hemisfério sul e em em setembro no hemisfério norte. O primeiro dia do início de uma nova estação é marcado por equinócios (de outono e de primavera) e por solstícios (de verão e de inverno).
O termo equinócio significa “igualdade entre o dia e a noite”, o que indica que os equinócios são as estações que possuem a exata mesma duração entre os dias e as noites.
Povos ancestrais por todo o mundo sabiam muito sobre a movimentação do Sol e as estações através da observação do céu, tanto que muitos construíram monumentos e templos que, entre outros propósitos, eram calendários gigantes, que serviam para marcar as estações do ano. Por exemplo: Stonehenge (Reino Unido), monumento de pedras gigantes que marca a passagem anual do Sol distintamente em solstícios e equinócios. Os templos megalíticos de Malta, são alguns dos mais antigos edifícios de pedra do mundo, e que Nos templos de Hagar Qim e Mnajdra, as câmaras semicirculares estão alinhadas para que o sol nascente durante o equinócio seja enquadrado entre as pedras. Chichén Itzá (Península de Yucatán, México), El Castillo, templo de Kukulkan (conhecido como a "serpente de plumas"), é agraciado com um incrível fenômeno no primeiro dia de equinócio, onde um feixe de luz solar é lançado sobre as escadarias do templo dando a impressão de se ver o formato de uma serpente nas escadas.
Incrivelmente os equinócios de outono e da primavera também coincidem naturalmente com o pico de atividade da Aurora Boreal.
Os povos sumérios e babilônios realizavam rituais para agradecer aos deuses na chegada dos equinócios, para agradecer pelo alimento que vinha com a colheita. Na mitologia grega, o equinócio de outono está vinculado à lenda de Perséfone, que é quando ela deve retornar ao submundo na companhia de Hades. Para a Religião Wicca, o equinócio de outono é celebrado em seu primeiro dia, para agradecer os deuses responsáveis por gerar os alimentos. Esse ritual é um dos oito sabbats da religião, chamado Mabon. No Japão, o Dia do Equinocio de Outono é um feriado nacional, conhecido como Shubun no Hi.
Na América do Sul, cada povo indígena atribuía seus significados à chegada do outono, a depender de suas culturas e tradições. Mas todas são conectadas por essa noção de encerramento e início de um ciclo, transiçnao, celebração, agradecimento, renovação, preparo e proteção. Até hoje, a tradição do festival de equinócio de outono Pawkar Raymi, acontece pelo continente, se espalhando do México à Bolívia, passando pelo Equador. Essa celebração acontece nos Andes há milênios, por conta dos equinócios e das colheitas, é a festa do florescimento, do agradecimento as chuvas, do culto ao feminino (Apu Wanka) e é também, uma das datas mais importantes do mundo andino, juntamente com o Inti Raymi (junho), Koya Raymi Killa (setembro) e Capac Inti Raymi (dezembro).
O equinócio de outono marca a colheita dos frutos do verão e o preparo para a estação em que nada floresce. Muitos povos usam a referência da colheita e do alimento que cresce na terra para representar os ciclos, louvar e celebrar os deuses e marcar as estações.
Povos antigos agradeciam por tudo o que colhiam, literalmente, e nós também podemos fazer isso nos dias de hoje, de maneira mais subjetiva. O que fazer após colhermos os frutos do verão, para esperar a chegada da próxima primavera? Podemos agradecer tudo o que foi conquistado até esse momento, manifestar os desejos para os próximos meses, e se preparar interna e externamente para a chegada do frio e todas as características que vem com ele.
Fontes: